Extremismo digital: como os algoritmos alimentam a polarização política
Helena Junqueira, gerente sênior do Ipsos Synthesio, escreve para o Flair Brasil 2024 sobre vieses algorítmicos e os perigos para a democracia
O artigo "Extremismo digital: como os algoritmos alimentam a polarização política" de Helena Junqueira, gerente sênior do Ipsos Synthesio, aborda a influência dos algoritmos das redes sociais na polarização política. A autora argumenta que os algoritmos contribuem para a formação de bolhas digitais, nas quais as pessoas são expostas apenas a informações que confirmam suas crenças e valores pré-existentes. Isso leva a um aumento do extremismo, pois as pessoas ficam cada vez mais intolerantes a opiniões que confrontam suas convicção.
Os algoritmos das redes sociais funcionam da seguinte maneira: eles usam dados de navegação dos usuários para determinar qual conteúdo será exibido para cada pessoa. Esses dados incluem informações como perfil, interesses, hobbies, hábitos de consumo, crenças e, claro, posicionamento político.
A autora começa o artigo traçando um panorama das transformações digitais das últimas décadas, que levaram a um aumento da importância das redes sociais na política. Ela destaca que, no Brasil, as redes sociais passaram a ser usadas como plataforma central de campanhas políticas a partir de 2010, com a permissão da legislação eleitoral vindo dois anos após o sucesso da campanha digital do então candidato à Presidência dos Estados Unidos Barack Obama.
Helena destaca que a formação de bolhas digitais tem consequências negativas para a democracia, pois além da influência que esse tipo de desequilíbrio no comportamento algorítmico pode exercer sobre os resultados de eleições, os sistemas de recomendação de conteúdo das redes sociais têm sido questionados por seu potencial de radicalização, ao hospedar e promover vídeos com discurso de ódio e teor conspiratório. “É urgente que se criem mecanismos mais eficientes de detecção automática desse tipo de conteúdo e que as plataformas estejam verdadeiramente comprometidas a combatê-los”, escreve ela.
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