Índice de Confiança do Consumidor - Março de 2024
Após três meses de queda entre novembro e janeiro, o indicador, que havia subido 1,8 pontos em fevereiro, voltou a cair agora em março – uma queda de 1,2 pontos –, fechando o mês em 56,8 pontos
O Índice de Confiança do Consumidor no Brasil segue em sua tendência de grandes oscilações. Após três meses de queda entre novembro e janeiro, o indicador, que havia subido 1,8 pontos em fevereiro, voltou a cair agora em março – uma queda de 1,2 pontos –, fechando o mês em 56,8 pontos, numa escala de 0 a 100, sendo 50 a linha de neutralidade.
Esta nova piora mostra que o indicador segue inconstante, o que reflete o comportamento dos consumidores hoje, que seguem cautelosos e bastante reativos às complexidades do cenário político-econômico do país.
Um dos pontos que impactaram fortemente a confiança neste mês está diretamente atrelado à questão climática. O Brasil registrou nas duas primeiras semanas de março um recorde de demanda de energia por onda de calor, aumentando consequentemente os gastos com as contas do mês. O dólar também engatou cinco altas consecutivas nas últimas semanas e chegou a R$ 5,03. Soma-se a isso a perda de popularidade do Governo Lula, que sofre um escrutínio após os posicionamentos polêmicos do presidente com relação às crises internacionais de Israel X Palestina e Russia X Ucrânia.
Resta observar se entraremos em uma nova sequência de quedas nos próximos meses, ou se mantermos o cenário de oscilações, com uma possível recuperação.
No âmbito internacional, não posso deixar de analisar o cenário dos Estados Unidos. Como sabemos, situação econômica e a confiança dos consumidores são indicadores importantes para focarmos de olho durante um cenário eleitoral, pois indicam a satisfação (ou não) dos eleitores com a gestão atual e as chances de ambos os candidatos.
Aqui uma notícia boa para Biden: a confiança dos estadunidenses segue positiva, com 53,2 pontos e com uma alta no último mês de 1,1 pontos. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado também é positivo, com 1,8 pontos de crescimento do indicador norte-americano, o que pode ser um alerta para a campanha de Trump, já que a pauta econômica segue sendo a principal preocupação dos americanos (à frente inclusive da imigração, grande bandeira republicana), e uma possível melhora nos indicadores econômicos se reflete numa visão mais positiva da gestão do democrata.