Brasileiro está preocupado com o preço da energia, mas é um grande apoiador do carro elétrico

Edição 2025 do estudo Pessoas e Mudanças Climáticas avalia atitudes públicas em relação à crise climática e estratégicas de descarbonização em 32 países

Apesar de mais da metade dos entrevistados (53%) apontarem que ultrapassar o aumento de 1,5°C nas temperaturas médias globais é um grande problema, muitos acreditam que a transição energética trará mais gastos domésticos com eletricidade e demonstram desconfiança com o grau de sustentabilidade dos carros elétricos – embora o Brasil se destaque entre os maiores apoiadores desse tipo de veículo.

Globalmente, 44% acreditam que a transição para energias renováveis ​​levará a um aumento nos preços da energia doméstica, em especial na Alemanha (59%), Holanda e Bélgica (56%). Apesar do sentimento ser evidentemente maior nos países europeus, também é percebido por uma parcela importante no Brasil, onde 37% acham que esse avanço irá sim custar mais no bolso das famílias no final do mês. Já quando perguntados se a transição para as energias renováveis conduzirá a mais apagões e cortes de energia, apenas 22% dos brasileiros acreditam que é muito provável que isso aconteça, ficando abaixo da média global de 27%.

Quando considerado a influência das energias renováveis em diferentes aspectos da sociedade, os brasileiros estão entre os que mais apostam que essa transição trará mais empregabilidade – figurando em oitavo lugar no ranking global, com 47% acreditando num impacto positivo. O brasileiro também está entre os dez países que afirmam que as renováveis contribuem com a segurança global, com 41% dos respondentes.

Reputação dos carros elétricos

A pesquisa Pessoas e Mudanças Climáticas também evidencia uma divisão de percepções pelo mundo sobre o impacto dos carros elétricos. Segundo os dados, os europeus se mostram mais preocupados e mais céticos sobre as vantagens de veículos movidos à eletricidade em relação aos brasileiros, por exemplo.  

A França, representada por 58%, lidera o ranking de nações que concordam que estes veículos são piores que os autos movidos a derivados do petróleo (como gasolina e diesel), seguidos da Polônia (55%), Bélgica, Alemanha e Suíça (50%). O Brasil, no entanto, aparece na 280 posição no ranking com 32 países, com apenas 22% dos entrevistados afirmando que esse tipo de veículo é nocivo ao planeta.  

A pesquisa ainda questionou os entrevistados se a restrição para utilização de combustíveis fósseis prejudicaria a economia mundial mais do que do que o aumento da temperatura global. No topo da lista, 41% dos tailandeses responderam que concordam com a afirmação, ficando bem acima da média global que é de 27%. No Brasil, 23% dos entrevistados estão de acordo, seguidos pela Alemanha (22%), Grã-Bretanha (21%) e Itália (21%).

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METODOLOGIA

A pesquisa em 32 países foi realizada pela Ipsos na sua plataforma online Global Advisor e, na Índia, na sua plataforma IndiaBus, entre sexta-feira, 24 de janeiro e 7 de fevereiro de 2025. A Ipsos entrevistou um total de 23.745 adultos com 18 anos a 75 anos, e de 18-74 no Canadá, República da Irlanda, Malásia, África do Sul, Turquia e Estados Unidos, 20-74 anos na Tailândia, 21-74 anos na Indonésia e Singapura, e 16-74 em todos os outros países. 

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