Brasileiros estão entre os mais otimistas com perspectivas para 2026

8 em cada 10 brasileiros acreditam que o próximo ano será melhor que 2025. Pesquisa global avaliou também planos e preocupações com segurança, meio ambiente e IA.

O ano que se encerra foi visto como desafiador para muitas nações ao redor do mundo: 66% dizem que 2025 foi ruim para seus países, segundo o relatório “Predictions for 2026”, que analisou expectativas e percepções de entrevistados em 30 países. No Brasil, 61% dos respondentes concordam com a afirmação. Embora seja uma visão negativa da maioria, o número está 4 p.p abaixo do declarado pelos brasileiros em 2024. 

O Brasil também aparece entre as quatro nações que menos esperam que o país passe por recessão 2026 – apenas 36% concordam com esta afirmação, contra 48% da média global.

Ao olhar para 2026, 8 em cada 10 brasileiros (80%) acreditam que o próximo ano será melhor que 2025, sendo que a média global é de 71%. O destaque no Brasil fica por conta das mulheres da Geração Z: 89% acreditam que 2026 será um ano melhor, contra 77% dos homens da mesma geração. As Gen Z são seguidas pelas mulheres Baby Boomers (88%) que também aparecem entre as mais otimistas. Já os homens Baby Boomers são os menos otimistas entre todos os grupos etários – apenas 59% acreditam que 2026 será melhor que o ano anterior.

Quando se trata de renda disponível, os entrevistados estão divididos: globalmente 47% acreditam que terão mais dinheiro para gastar em 2026 (percentual que salta para 56% no Brasil). Por outro lado, 44% discordam da afirmação (32% entre os brasileiros). Entre os brasileiros, os Millennials são os que acreditam que sobrará dinheiro após pagar as contas do mês (66%), e os Baby Boomers os que menos acreditam (42%).

As populações aparecem bem divididas quanto a preocupações com o colapso dos mercados de ações: 38% dos brasileiros considerando esse cenário provável, enquanto o mesmo número não acredita nessa possibilidade – ambos os números alinhados à média global.

“As pessoas estão se sentindo muito melhor sobre diversos aspectos do que em 2020, ano da pandemia de Covid-19, quando impressionantes 90% (média global) disseram que foi um ano ruim para seu país e 70% disseram que foi um ano ruim para elas pessoalmente”, afirma Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil.

Mais exercícios e menos redes sociais

Uma grande maioria (75% em média globalmente) planeja se exercitar mais (83% no Brasil) e 60% dizem que dedicarão mais tempo à sua aparência em 2026 (77% no Brasil). 

No Brasil, os homens (81%) e as mulheres (80%) Millennials são os que mais citam que cuidarão mais da aparência; também são os Millenials (85%) os que mais planejam se exercitar no próximo ano.  Do total de entrevistados nos 30 países, 82% planejam passar mais tempo com a família e amigos em 2026 (85% no Brasil).

Já no que diz respeito às redes sociais, 40% dos brasileiros dizem que esperam gastar menos tempo das redes em 2026 (37% na média global). As duas gerações mais novas (Z e Millennials) são as que mais esperam ficar mais desconectadas em 2026 (42% cada).

Segurança e meio ambiente

Globalmente, 46% dos entrevistados dizem acreditar que suas localidades estarão menos seguras em 2026 (44% no Brasil), que a população total de seu país irá cair (40% e 27% no Brasil) e que o nível de imigração, irá aumentar (62% e 59%, respectivamente). Os entrevistados também concordam que haverá protestos contra a maneira como o país está sendo governado (59% globalmente e 51% no Brasil).

A maioria (49%) dos entrevistados considera improvável que a guerra com a Ucrânia chegue ao fim, um aumento de 3% em relação a 2024. No Brasil, esse número é de 40%. Além disso, 51% dos entrevistados nos 30 países e 60% dos brasileiros acham que um grande ataque terrorista poderá acontecer.

Quando se trata de meio ambiente, os brasileiros acompanham as tendências globais de preocupação com o aumento da temperatura média global: 69% dos entrevistados acreditam que haverá mais eventos climáticos extremos em seu país do que no ano anterior 2025 – 68% no Brasil. 

Já para 48% globalmente e 47% no Brasil, o governo de seu país irá introduzir metas mais exigentes para reduzir as emissões de carbono mais rapidamente.

Inteligência Artificial divide população mundial

A relação entre Inteligência Artificial (IA) e o mercado de trabalho permanece ambígua. Globalmente, 67% acreditam que a IA levará à perda de empregos e 46% que ela irá criará oportunidades. No Brasil, os entrevistados aparecem ligeiramente mais otimistas que a média global; 61% acreditam na perda de empregos por conta da IA e 50% acreditam nas oportunidades que essa tecnologia pode gerar. 

“Apesar dos desafios enfrentados em 2025, os brasileiros mantêm uma visão relativamente otimista para 2026, com expectativas positivas para a economia, fortalecimento dos laços familiares e entusiasmo para acompanhar eventos esportivos como a Copa do Mundo. Contudo, preocupações com segurança pública, impacto ambiental e o futuro da tecnologia trazem um equilíbrio à balança, destacando a necessidade de ações governamentais e corporativas que reverberem confiança em um cenário global cada vez mais desafiador”, conclui Calliari.

Metodologia

A pesquisa foi realizada em 30 países pela Ipsos por meio de sua plataforma on-line Global Advisor e, na Índia, por meio da plataforma IndiaBus, entre sexta-feira, 24 de outubro, e sexta-feira, 7 de novembro de 2025. A Ipsos entrevistou um total de 23.642 adultos com 18 anos ou mais na Índia, de 18 a 74 anos no Canadá, República da Irlanda, Malásia, África do Sul, Turquia e Estados Unidos, de 20 a 74 anos na Tailândia, de 21 a 74 anos na Indonésia e Singapura, e de 16 a 74 anos em todos os outros países. 

No Brasil, a amostra consiste em aproximadamente 1.000 indivíduos. Os dados são ponderados para que a composição da amostra de cada país reflita melhor o perfil demográfico da população adulta, de acordo com os dados do censo mais recente.

A precisão das pesquisas online da Ipsos é calculada usando um intervalo de credibilidade, sendo que uma pesquisa com N=1.000 tem precisão de +/- 3,5 pontos percentuais e uma pesquisa com N=500 tem precisão de +/- 5,0 pontos percentuais.

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