Medo ou apatia... o que impede os funcionários de se manifestarem?
O estudo mais recente da Ipsos apresenta insights interessantes sobre a segurança psicológica nos ambientes de trabalho na América Latina. A segurança psicológica sustenta que um ambiente onde os funcionários se sentem seguros para falar, experimentar e enfrentar erros traz benefícios significativos para as organizações, impulsionando a inovação e o crescimento.
As 5 principais conclusões
1. Existe uma diferença significativa no nível de segurança psicológica por nível organizacional
Enquanto 71% dos líderes acreditam que o feedback é aberto, apenas 57% dos funcionários que não são líderes compartilham dessa opinião. Essa diferença de 19 pontos sugere que a autoridade e o controle sobre as decisões influenciam significativamente a percepção de segurança.
2. A falta de segurança psicológica pode estar atrasando a inovação
Aproximadamente 3 em cada 5 funcionários acreditam que as pessoas que cometem erros são tratadas de maneira justa no trabalho. O mesmo ocorre com aqueles que tentam novas formas de fazer as coisas, mesmo que isso signifique cometer erros. Incentivar os funcionários a contribuir com ideias criativas apoia o aprendizado, impulsionando o crescimento e o sucesso. Uma cultura em que as pessoas não se sentem seguras para experimentar freia o desenvolvimento dos negócios.
3. A segurança psicológica influencia a permanência no emprego e o nível de recomendação
Os colaboradores que planejam deixar o emprego em menos de um ano relatam um índice de segurança psicológica significativamente mais baixo, atingindo apenas 42%. Esse percentual é 26 pontos inferior ao daqueles que pretendem permanecer na empresa por mais de três anos (68%). 94% das pessoas que responderam positivamente às perguntas sobre segurança psicológica recomendariam sua empresa como um ótimo lugar para trabalhar, em comparação com 25% que não responderam positivamente a nenhuma pergunta sobre segurança psicológica. Isso representa uma diferença de 69 pontos no nível de recomendação.
4. Desbloquear o potencial para o progresso promove a inovação e o crescimento
Ter um alto senso de responsabilidade e alta segurança psicológica é o ideal, e quase metade dos funcionários da América Latina pesquisados se encontram nessa zona. Uma cultura organizacional com uma forte zona de progresso apresentará altos níveis de colaboração, disposição para aprender com os erros e nenhum medo de falar abertamente e desafiar o status quo. Por outro lado, um terço dos colaboradores se encontra na zona de apatia, com baixos níveis de responsabilidade e segurança psicológica. Apenas 36% deles recomendariam sua empresa/organização como um ótimo lugar para trabalhar.
5. Líderes dominantes limitam o diálogo aberto nas reuniões
Dado o status dos líderes, não é surpreendente descobrir que eles se sentem mais à vontade para expressar suas opiniões. No entanto, em reuniões com outros funcionários, suas vozes correm o risco de limitar o diálogo aberto e a escuta de outras perspectivas. Quando os líderes dominam o diálogo, os funcionários apresentam níveis mais elevados de estresse. A falta de escuta por parte dos líderes transmite a mensagem de que os funcionários não são valorizados nem respeitados e provavelmente é um sintoma de problemas mais profundos na cultura organizacional.
“Nosso estudo identifica quais vozes estão sendo ignoradas pelos empregadores. É crucial construir segurança psicológica, especialmente entre populações específicas onde ela falta, juntamente com uma conversa mais ampla sobre o senso de responsabilidade. Os líderes devem priorizar o apoio ao diálogo aberto, com maior ênfase em ouvir e menos em ditar a agenda. Há trabalho a ser feito, mas os benefícios são imensos”, destacou Héctor Jaso, chefe de Experiência do Funcionário da LATAM. Esses são os resultados de uma pesquisa realizada com uma amostra representativa de 3.200 funcionários na LATAM, distribuídos uniformemente entre Brasil, Chile, Equador e México; 800 casos em cada um.