Índice de Confiança do Consumidor Sobe em Junho

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) do Brasil segue oscilando entre subidas e quedas, refletindo de maneira bastante fidedigna o nervosismo do mercado e a instabilidade do cenário econômico brasileiro.

Este mês, o indicador registrou uma recuperação expressiva, subindo 3,4 pontos em relação ao mês anterior e atingindo 52,1 pontos, após uma queda significativa em maio. O avanço não apenas recoloca o índice acima da linha de neutralidade, mas também representa o terceiro maior crescimento entre os 30 países analisados. 

Essa melhora na confiança parece refletir uma combinação de fatores econômicos recentes que trouxeram mais previsibilidade ao cenário: em maio, a inflação de alimentos e bebidas desacelerou de 0,82% para 0,17%, com recuos significativos em itens de consumo básico como tomate, ovos e frutas. Paralelamente, o mercado financeiro reduziu a projeção do IPCA para 2025, indicando expectativas inflacionárias mais estáveis no médio prazo. 

No que tange à atividade econômica, o mercado de automóveis cresceu 6% na primeira quinzena de junho em comparação com o mesmo período de 2024, impulsionado pelas vendas diretas. Além disso, o comércio online de PMEs faturou R$ 11,4 milhões, beneficiado pelo frio. Esses são sinais que contribuíram para um movimento pontual de alta na confiança. No entanto, a consistência nos próximos meses será crucial para indicar uma reversão mais estrutural da tendência, que segue bastante oscilante.

No cenário global, o ICC voltou a subir em junho pela primeira vez em cinco meses, impulsionado por movimentos positivos na Ásia, Europa e América do Norte. Os Estados Unidos registraram alta de 3,4 pontos, após quedas sucessivas no longo do primeiro semestre. O avanço parece ligado à leve recuperação da confiança no mercado de trabalho e à desaceleração gradual da inflação. Apesar de um ambiente ainda desafiador, os dados de emprego e consumo vêm surpreendendo positivamente. 

Já a Argentina apresentou uma leve queda de 0,7 pontos, o que pode indicar uma possível estabilização na confiança do consumidor. Após quedas mais acentuadas nos meses anteriores, o país pode estar começando a assimilar os efeitos das reformas econômicas e do ajuste fiscal, embora ainda sem sinais claros de recuperação consistente.

O avanço observado em junho, tanto no Brasil quanto no cenário global, aponta para uma possível inflexão de tendência. Enquanto parte das economias mundiais ensaia uma reação mais sólida, outras ainda oscilam entre o otimismo pontual e os desafios estruturais. Acompanhar a evolução desses cenários será fundamental para compreender a durabilidade da recuperação da confiança.

Related news