Mesmo com queda, o Índice de Confiança do Consumidor apresenta indicadores positivos
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) global voltou a crescer em novembro, depois de quatro meses de estabilidade, avançando 0,8 ponto e chegando a 48,8 pontos. É uma alta moderada, mas que sinaliza uma melhora do humor econômico em várias regiões, especialmente na Ásia-Pacífico e na América Latina, onde nenhum país registrou queda significativa no mês.
No Brasil, a confiança do consumidor manteve trajetória positiva e fechou em 52,8 pontos, um patamar considerado otimista dentro da escala do índice. Esse número se apoia em dois fatores: a resiliência do mercado de trabalho — com o desemprego permanecendo em níveis historicamente baixos — e sinais de moderação nos preços. Nas últimas semanas, previsões de mercado revisaram para baixo as projeções de inflação para 2025, enquanto os índices recentes mostram desaceleração em componentes importantes, como energia e alimentos. Esses elementos ajudam a sustentar a percepção de estabilidade financeira das famílias e contribuem para manter o indicador acima da linha de neutralidade. O país tem hoje o 8º mais alto Índice de Confiança entre os 30 países estudados, ainda que sua evolução apresente inconstância.
O cenário norte-americano, por outro lado, apresentou um recuo relevante. Os Estados Unidos registraram queda significativa em um dos seus subíndices mais sensíveis, o de Expectativas, que caiu 2,7 pontos em relação a outubro. É um sinal claro de que o consumidor americano está menos confiante sobre os próximos meses, em meio a um ambiente de juros ainda altos, desaceleração gradual do mercado de trabalho e debates fiscais mais intensos. Mesmo assim, o país permanece no terreno positivo, com um índice geral de 51,3 pontos.
Na Argentina, a confiança voltou a subir de forma expressiva: o país teve um dos maiores avanços do levantamento global, com alta de 6,5 pontos no indicador nacional e ganhos significativos em todos os subíndices. Embora ainda esteja abaixo da linha dos 50 pontos, a melhora indica que parte da população começa a antecipar um cenário de maior previsibilidade após meses de forte instabilidade econômica.
Os resultados de novembro mostram que, embora o contexto global ainda seja de cautela, há sinais de recuperação em mercados importantes — e o Brasil está entre eles. A sustentação do emprego, combinada a um ambiente inflacionário mais controlado, tem protegido o país das oscilações mais abruptas observadas em outras economias. O desafio agora é transformar essas melhorias pontuais em uma percepção de confiança mais robusta e duradoura.