Perigos da Percepção: Brasil é país com melhor percepção das causas que mais matam sua população
O Brasil é o país com a percepção mais acurada sobre as principais causas de sua população. É o que afirma a pesquisa “Perils of Perception 2020: Causes of Death”, realizada pela Ipsos. O estudo entrevistou pessoas de 32 países para saber, na opinião deles, quais eram os motivos mais frequentes de óbito localmente, e comparou os palpites com os dados reais de morte em cada país.
O Brasil garantiu o primeiro lugar entre os que melhor percebem suas causas de morte, seguido de Coreia do Sul e Holanda. Na outra ponta do ranking, Turquia, Romênia e Espanha, respectivamente, tiveram o pior desempenho.
A pesquisa constatou que as pessoas, independentemente de suas nacionalidades, tendem a subestimar as mortes causadas por doenças cardiovasculares e por câncer. No mundo, 32% morrem por doenças vasculares, mas a percepção dos entrevistados é de 11%. Já o câncer é a causa de óbito de 24%, contra 15% do ponto de vista dos participantes do estudo.
Por outro lado, as mortes por acidentes de trânsito, violência e abuso de substâncias como álcool e drogas foram superestimadas pelos ouvidos globalmente. Apesar de eles acharem que 10 em cada 100 mortes no globo são decorrentes de acidentes de trânsito, apenas 2 pessoas vão à óbito por conta disso. Tanto violência quanto abuso de substâncias são o motivo da morte de 1%, mas a percepção para ambos é de 8%.
Como o Brasil se vê?
Embora no comparativo com o resto do mundo o Brasil se destaque como a nação que melhor percebe suas causas de morte, a percepção dos participantes brasileiros não foi totalmente assertiva. O maior motivo de óbito no país são as doenças cardiovasculares, que matam 28,8%. O palpite dos entrevistados, entretanto, foi de 7,7%. As mortes por câncer – segunda causa de morte mais frequente - simbolizam 18,2%, mas os ouvidos brasileiros opinaram em 11,1%.
Chamam atenção as disparidades nas causas de morte “suicídio” (que é o motivo de 1,1% das mortes no Brasil, contra 7,8% da percepção local), “abuso de substâncias” (mata 0,8%, contra uma percepção de 7,9%) e “terrorismo” (entrevistados creem que 5 a cada 100 mortes decorrem disso, mas o número real é próximo de 0).
Piores jeitos de morrer
A pesquisa da Ipsos também perguntou aos entrevistados quais causas de morte eles pontuariam como mais desagradáveis. No ranking global, o “câncer” (40%) disparou como o pior jeito de morrer de acordo com os participantes, seguido pelo óbito ocasionado por “acidentes como quedas, afogamentos e incêndios” (27%). “Ataque terrorista” (26%), “acidente de trânsito” (23%) e “violência” (21%) fecham o top 5.
O brasileiro concorda, majoritariamente, com as piores maneiras de vir à óbito mencionadas globalmente. “Câncer” (32%) e mortes causadas por “acidentes como quedas, afogamentos e incêndios” (27%) também figuram em primeiro e segundo lugar, respectivamente. A terceira posição do ranking do Brasil vai para a “violência” (20%). No quarto lugar, há um empate entre “ataque terrorista” e “HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis”, ambos com 15%. O “acidente de trânsito” ficou em quinto (12%).