Sete em cada dez brasileiros demonstram preocupação com o risco de consumir bebida alcoólica adulterada com metanol

Levantamento realizado pela Ipsos-Ipec, entre os dias 24 e 28 de outubro de 2025, mostra a percepção dos brasileiros sobre o caso das bebidas alcoólicas adulteradas com metanol.

Levantamento realizado pela Ipsos-Ipec, entre os dias 24 e 28 de outubro de 2025, mostra a percepção dos brasileiros sobre o caso das bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. 

A pesquisa, que ouviu 2.000 pessoas em 132 municípios, revela que quase sete em cada dez (67%) brasileiros dizem estar preocupados ou muito preocupados com o risco de que eles próprios, familiares ou amigos consumam bebida adulterada com metanol. Não há diferença de opinião por segmentos sociodemográficos do estudo, incluindo os consumidores de bebidas alcóolicas. 

Pergunta: O quanto está preocupado(a) com o risco de você, de um familiar ou amigo consumir bebida adulterada com metanol? (Estimulada - %)
 

grafico 1


Apesar disso, entre quem costuma consumir bebida alcoólica (43%), pouco mais da metade (53%) afirma que raramente ou nunca verifica a procedência do produto no momento da compra, seja por meio da avaliação do selo, do rótulo, do registro, do lacre ou da origem da bebida. Por outro lado, 34% dizem verificar sempre ou na maioria das vezes e 12% somente às vezes.

Pergunta(apenas para quem consome bebidas alcoólicas) Com que frequência o(a) sr(a) verifica a procedência das bebidas alcoólicas que costuma comprar, como por exemplo, verificar selo, rótulo, registro, lacre, origem? (Estimulada - %)

grafico 2

Praticamente a totalidade (94%) dos brasileiros tomou conhecimento dos casos de intoxicação por consumo de bebidas adulteradas com metanol. As principais fontes de informação a respeito foram a mídia tradicional (72%), com maior alcance entre entrevistados de 45 anos ou mais, e as redes sociais (52%), especialmente entre quem tem até 34 anos e entre aqueles com o ensino médio ou superior.

Dentre os consumidores de bebidas alcoólicas que souberam dos casos de intoxicação, 54% adotaram alguma medida para se resguardar, sendo as mais citadas: parar de consumir bebidas destiladas e passar a consumir apenas cerveja (17%) e interromper temporariamente o consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica (14%). Já 44% não mudaram o comportamento de consumo, percentual que chega a 55% entre os entrevistados de 45 a 59 anos.

Pergunta: (apenas para quem consome bebidas alcoólicas e ficou sabendo dos casos de intoxicação) O(A) sr(a) tomou alguma dessas medidas após ficar sabendo dos casos de intoxicação pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol? Mais alguma? Alguma outra? (Estimulada - %)

grafico 3

Na opinião dos brasileiros, os principais responsáveis por evitar que bebidas alcoólicas adulteradas com metanol cheguem ao consumidor são os órgãos fiscalizadores (41%), indicados de forma mais significativa entre os mais escolarizados e por aqueles com maior renda familiar. Em patamar muito próximo, aparecem em seguida os fabricantes/indústria de bebidas alcoólicas (40%) e as distribuidoras de bebidas alcoólicas (39%). 

Pergunta: Na sua opinião, quais desses é o principal responsável por evitar que bebidas adulteradas com metanol cheguem até o consumidor? (Estimulada - %)

grafico 4

Quanto às fontes de informação mais confiáveis sobre consumo seguro, destacam-se agentes de segurança/Polícia, órgãos fiscalizadores, Ministério da Saúde/secretarias de saúde (13%, cada) e fabricantes/indústria de bebidas alcoólicas (11%). 

Pergunta: Qual dessas fontes consideraria a mais confiável, caso precisasse de informações sobre o consumo seguro de bebidas alcoólicas? (Estimulada - %)

grafico 5

Metade da população não sabe mencionar para qual órgão uma pessoa pode denunciar uma suspeita de adulteração de bebidas alcoólicas. Entre as menções apontadas espontaneamente, a Polícia aparece em primeiro lugar (22%), seguida pela Vigilância Sanitária (14%).

Pergunta: O(A) sr(a) sabe para qual órgão uma pessoa pode denunciar uma suspeita de adulteração de bebidas alcoólicas? (CASO SIM) Para qual órgão? Mais algum? Algum outro? (Espontânea – em %)

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“A pesquisa revela um amplo conhecimento sobre os casos de intoxicação, mas há um descompasso entre a preocupação de ingerir uma bebida adulterada com metanol e a baixa verificação da procedência no ponto de venda entre os consumidores. Existe espaço para campanhas de orientação prática, para reforço da fiscalização ao longo da cadeia e para a implementação de medidas que ajudem a garantir o consumo seguro”, afirma Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec.

Sobre a pesquisa

Pesquisa quantitativa realizada a partir de entrevistas domiciliares, face a face, com o objetivo de conhecer a percepção dos brasileiros sobre os casos de intoxicação pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. O levantamento aconteceu entre os dias 24 e 28 de outubro de 2025, quando foram realizadas 2000 entrevistas, em 132 municípios brasileiros. A amostra foi elaborada com base em dados do Censo 2022 e PNADC 2023, com controle de cotas pelas variáveis sexo, idade, escolaridade, raça/cor e ramo de atividade. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, e a margem de erro máxima estimada para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

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