Brasil é o 4º país mais estressado do mundo com 42% da população relatando esse sentimento
Mais da metade dos brasileiros acreditam que a saúde mental é o maior problema de saúde do país
O novo relatório global World Mental Health Day 2024 traz percepções e desafios relacionados aos sistemas de saúde do mundo.
A Saúde Mental, que tem o seu dia mundialmente comemorado em 10 de outubro, segue sendo a maior preocupação de saúde no mundo. Em média global, 45% das pessoas entrevistadas nas nações pesquisadas consideram este tema como o maior problema de saúde em seus países. Esse número era de 27% em 2018. A crescente conscientização e preocupação com o bem-estar mental tem reforçado e impactado nesses resultados.
Globalmente, a maioria das pessoas tem se sentido estressada. Mais de três em cada cinco pessoas (62%), em média, em 31 países, afirmam ter se sentido tão estressadas que isso impactou sua vida diária pelo menos uma vez. Quando questionados sobre “qual o maior problema de saúde enfrentado pelas pessoas em seu país hoje”, a saúde mental foi o maior problema relatado no Chile com 69%, seguido da Suécia (68%) e Austrália, com 60%. Por mais que não esteja no pódio, o Brasil é o nono país da lista com 54% que concordam com essa afirmação. Os países que menos concordam são o México (25%), Índia (26%) e Japão (28%).
Cenário brasileiro
Os brasileiros que participaram da pesquisa indicaram a Saúde Mental como principal problema de saúde enfrentado no país. Nos últimos anos, o índice de preocupação com saúde mental aumentou. Apenas 18% citavam a saúde mental como o principal problema, em 2018. O salto aconteceu durante a pandemia, quando o tema foi o mais citado por 40% dos entrevistados em 2021, 49% em 2022 e 52% no ano passado, atingindo um novo pico agora em 2024, com 54%.
Além disso, os brasileiros estão cada vez mais cientes do aumento do estresse como um problema significativo. Por isso, cerca de 77% da população já refletiu sobre a importância de cuidar da saúde mental, um percentual bastante expressivo.
Geração Z feminina enfrenta mais estresse
A pesquisa também revelou que 46% das mulheres da geração Z enfrentam impactos significativos em sua rotina devido ao estresse. Em contraste, apenas 33% dos homens dessa mesma geração relataram sentir os efeitos do estresse em suas rotinas. Essa diferença sugere que as mulheres podem estar lidando com pressões sociais e emocionais de maneira mais intensa, refletindo padrões de comportamento e expectativas de gênero que ainda persistem.
Pelo contrário, a geração "Baby Boomer", nascida entre 1945 e 1964, apresenta números significativamente menores, com apenas 25% das mulheres e 19% dos homens relatando impactos do estresse em sua rotina. Isso indica que as doenças mentais e os desafios relacionados ao estresse afetam de maneira mais intensa as gerações mais jovens, como a geração Z.
Os sistemas de saúde parecem priorizar questões físicas
O público acredita que a ênfase pelos profissionais de saúde continua no corpo físico. 41% dizem que a saúde física é tratada como mais importante do que a saúde mental pelo sistema de saúde atual de seu país, 13% dizem que a saúde mental é tratada como mais importante e 31% dizem que ambas são tratadas igualmente.
A pesquisa foi conduzida entre 26 de julho e 09 de agosto de 2024 com a participação de 23.667 adultos entre 18 e 74 anos de 31 países. Para países como Brasil, Chile, Colômbia e outros, a amostra representou uma parcela mais urbana e conectada da população. A margem de erro foi calculada com base no intervalo de credibilidade da Ipsos, com uma precisão de +/-3,5 pontos percentuais para amostras de 1.000 e +/-5,0 pontos percentuais para amostras de 500.