Como a investigação pode ajudar a compreender e a colmatar a desigualdade

A desigualdade é um problema generalizado que prejudica as sociedades em todo o mundo e exige atenção imediata. Na Ipsos, reconhecemos a natureza crescente deste problema e o impacto de longo alcance que tem sobre indivíduos, comunidades, empresas e governos. Neste artigo, aprofundamos os desafios colocados pela desigualdade, destacamos as suas várias dimensões e lançamos luz sobre a necessidade de esforços proativos para enfrentá-la de frente.

À medida que avançamos no século XXI, é cada vez mais evidente que a desigualdade se está a tornar mais pronunciada dentro dos países e é agora indiscutivelmente mais significativa do que as disparidades entre eles. E embora haja consenso de que a desigualdade é prejudicial, esta continua a aumentar em muitos dos principais mercados, apresentando um desafio importante e multifacetado.

A desigualdade rouba-nos o melhor pensamento e as diversas abordagens para resolver problemas. Quando o campo de jogo é justo e uniforme, as organizações podem prosperar e avançar com confiança para o futuro.

Da desigualdade racial e de género às disparidades baseadas na classe social, idade, deficiência e muito mais, a desigualdade manifesta-se de várias formas, impactando os resultados financeiros, o acesso aos recursos e o sucesso geral. Estas injustiças impedem o progresso não só dos indivíduos, mas também das empresas e dos Estados-nação. Portanto, é crucial traçarmos um caminho claro para uma maior igualdade.

Há cada vez mais provas das perigosas repercussões da desigualdade. Corrói a confiança, mina a coesão social e afeta negativamente a saúde e o bem-estar. Por outro lado, existem inúmeros benefícios em colmatar as disparidades de igualdade, incluindo a melhoria da confiança dos consumidores – a nossa própria investigação demonstrou uma relação clara entre elevados níveis de confiança interpessoal e a confiança dos consumidores. É imperativo que as empresas, os governos e as marcas prestem atenção a estas implicações de longo alcance.

Dados recentes da Ipsos mostram claramente a crescente preocupação em torno da desigualdade. Em abril de 2023, o nosso inquérito What Worries the World revelou que mais de 30% dos inquiridos identificaram a desigualdade como uma das suas principais preocupações, atrás apenas da inflação. Além disso, surpreendentemente, 86% dos indivíduos em todo o mundo expressaram o seu desejo de um mundo mais equitativo e sustentável.Este cálculo global sublinha a necessidade de uma ação concertada em todos os setores.

Muitos argumentam que as empresas, ainda mais do que o governo, têm a oportunidade de realizar mudanças sociais significativas.

 Está a surgir uma divisão geracional notável, realçando visões contrastantes sobre a igualdade. As gerações mais jovens são mais propensas a ver a desigualdade através de lentes identitárias, enfatizando as disparidades raciais e de género. Esta crescente disparidade de expectativas entre os jovens e os seus antecessores exige atenção. Para organizações e marcas, colmatar esta lacuna requer o alinhamento com os valores em evolução e o reconhecimento das perspetivas únicas de cada geração.

Estratégias para a mudança

Abordar a desigualdade exige uma abordagem abrangente. Neste artigo, recomendamos estratégias-chave para as organizações criarem mudanças duradouras. Estas incluem:

1. Medição Robusta
   Descubra discrepâncias por meio da análise de dados e adote lentes não tradicionais para identificar práticas desiguais nas organizações.
2. Igualdade vs. Equidade
   Nivelar a distribuição de oportunidades e abordar preconceitos inconscientes nos processos de avaliação e avanço.
3. Conversas Inclusivas
   Envolva-se em pesquisas e comunidades qualitativas para compreender experiências relacionadas à diversidade e inclusão.
4. Prioridade Estratégica
   Desenvolver intervenções personalizadas e definir metas claras para colmatar lacunas e promover uma cultura de igualdade.

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