64% dos brasileiros apontam a desigualdade de renda como a mais preocupante

Desigualdade na saúde e expectativa de vida vêm logo atrás e preocupam metade dos brasileiros

Autor(es)
  • Marcos Calliari CEO Ipsos no Brasil
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A pesquisa Ipsos Global Advisor – Inequalities Around The Globe: What The World Sees as Most Serious – perguntou quais são as desigualdades que mais preocupam o mundo na atualidade. O estudo observou a percepção mundial sobre as desigualdades em vários campos: de renda, na saúde e expectativa de vida, entre áreas mais e menos carentes, na educação para crianças, entre os gêneros, entre grupos étnicos e raciais e entre gerações mais velhas e mais jovens.
Para seis em cada dez habitantes nos países pesquisados (60%), a desigualdade de renda é a mais séria enfrentada pela humanidade. No Brasil, que ocupa a 157ª posição no ranking global para igualdade de renda, esse problema foi apontado como o mais sério por 64% dos entrevistados, colocando o país na 10ª posição entre as 28 nações onde a pesquisa foi realizada. Russos (83%), sul-coreanos (80%) e húngaros (77%) são os povos que mais enxergam a desigualdade de renda como a mais preocupante.
Em meio à pandemia de COVID-19, a desigualdade na saúde e expectativa de vida foi a segunda mais citada pelos brasileiros (50%), ficando bem acima da média global, que foi de 31%.
Os brasileiros citaram a desigualdade entre áreas mais e menos carentes como a terceira mais séria no país. Foi o que apontaram 47% dos respondentes da pesquisa. A média global foi de 42%. Russos (47%), sul-coreanos (63%) e peruanos (57%) tiveram os percentuais mais altos nesse item do levantamento.
Citada por 29% dos entrevistados entre os países pesquisados, a desigualdade entre grupos raciais ou étnicos é uma preocupação para praticamente metade dos brasileiros. O país ficou empatado com o Canadá nesse item (ambos com 45%), atrás apenas de África do Sul (65%), Estados Unidos (55%) e Malásia (46%).
A desigualdade nos resultados da educação para crianças está na quinta posição entre as mais sérias apontadas pelos brasileiros e foi citada por 39% dos respondentes da pesquisa. Com média global de 32%, essa foi a 3ª maior preocupação globalmente. Turcos (56%), chilenos (49%) e peruanos (48%) foram os que mais citaram essa desigualdade como preocupante.   
Apesar de o Brasil ocupar apenas a 92ª posição no ranking global de igualdade de gênero, a desigualdade entre homes e mulheres foi citada somente por 35% dos entrevistados. Esse percentual colocou o país na 12ª posição entre os países que participaram da pesquisa Ipsos Global Advisor. A média global foi de 31%. Mexicanos (45%), turcos e espanhóis (ambos com 42%) foram os que mais demonstraram preocupação com a desigualdade de gênero.
A desigualdade entre as gerações mais velhas e as gerações mais jovens foi apontada pelos brasileiros como a menos preocupante. Apenas 16% dos respondentes da pesquisa no país enxergam essa como uma das principais desigualdades enfrentadas no Brasil. Esse desempenho colocou o país na antepenúltima posição entre os países consultados pela Ipsos, à frente apenas de Turquia e África do Sul (ambas com 13%).
A pesquisa on-line foi realizada com 23.004 entrevistados de 28 países, sendo mil brasileiros, com idade entre 16 e 74 anos de 28 países. Os dados foram colhidos entre 23 de dezembro de 2020 e 8 de janeiro de 2021. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

Autor(es)
  • Marcos Calliari CEO Ipsos no Brasil

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