Brasileiros estão entre os que mais apoiam acolhimento a refugiados

Pesquisa feita para o Dia Mundial do Refugiado aponta que 86% dos brasileiros defendem o direito ao refúgio

Uma nova pesquisa da Ipsos feita para o Dia Mundial do Refugiado, celebrado dia 20 de junho, revela que os brasileiros estão entre os que mais apoiam o direito ao refúgio. Quando questionados se as pessoas devem poder se refugiar em outros países ou no seu, 86% dos brasileiros afirmaram que aceitam. No ranking global, o Brasil só está atrás da Suécia, que tem índice de aceitação de 88%. A média global dos 28 países pesquisados é de 78%. 

A comparação histórica da mesma pesquisa revela que o apoio saltou nos últimos anos. Em 2019, antes da pandemia e dos conflitos na Ucrânia, cerca de 61% dos brasileiros defendiam os refugiados. Em 2020, primeiro ano pandêmico, o índice saltou para 77% e foi a 78% no ano seguinte. Neste ano, após a consolidação da ofensiva russa contra o território ucraniano, o apoio cresceu 8 p.p, até chegar ao patamar atual de 86%.  

Os brasileiros também se destacam ao rechaçar a ideia de que os refugiados pretendem apenas se aproveitar de políticas de bem-estar ou da situação econômica no país. Segundo os dados, apenas 34% acreditam nesta teoria, o menor índice entre todos os países da lista. Neste quesito o Peru lidera com 74% de respondentes que concordam. 

Ainda de acordo com o estudo, 66% dos brasileiros afirmam que os refugiados trazem mais contribuições positivas para o país. A média global nesta questão é de 47%. Acima do Brasil estão somente Canadá (67%), Austrália (68%) e Arábia Saudita (69%). 

Apoio governamental

Quando questionados sobre o papel do governo frente aos refugiados, novamente o Brasil se destaca. Cerca de 73% dos respondentes afirmaram que o governo brasileiro deve manter ou aumentar os gastos com apoio.  A média global ficou em 57%. 

Sobre o fato de o governo ter que aceitar mais ou menos refugiados, 72% dos brasileiros defendem que o país deve continuar aceitando o mesmo número de refugiados ou aumentar. Considerando as respostas dos outros países, a aceitação a esta ideia ficou em 48%. No Brasil, apenas 10% afirmaram que o país deve aceitar menos refugiados.

Motivos

Os entrevistados foram provocados a responder se apoiam ou não a entrada de refugiados em seu país pelos diferentes motivos. Nestes recortes, o Brasil aparece líder em todas as listas. Quando o motivo do refúgio é guerra ou conflito, 75% dos brasileiros defendem o direito. Em seguida, se o motivo for escapar de desastres naturais ou mudanças climáticas, 72% demonstraram ser a favor. Já quando o estudo aborda as motivações por raça, etnia ou nacionalidade, o índice de aceitação ficou em 66%. 

Outro motivo colocado em questão foi sobre orientação sexual ou identidade de gênero. Nesta questão, 62% dos brasileiros defenderam o refúgio. Se a motivação for religiosa, a aprovação é de 65%. Quando questionados sobre questões de gênero e opinião política, o índice ficou em 60%. 

Sobre a pesquisa

A Ipsos entrevistou 20.505 pessoas entre 22 de abril e 6 de maio de 2022 de forma on-line, sendo aproximadamente 1.000 no Brasil. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.

Além do Brasil, integram a pesquisa: Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, China, Colômbia, Singapura, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Holanda, Peru, Polônia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Turquia e Estados Unidos.
 

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