Consciência Negra: o que é, importância e raízes da luta
O que é consciência negra/data
A consciência negra é uma valorização da identidade, cultura e história afro-brasileira, além de ser uma resposta à discriminação racial e às desigualdades sociais enfrentadas pela população negra.
A data de 20 de novembro, que celebra o Dia da Consciência Negra, foi escolhida em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo de resistência à escravidão. A mudança de data, de 13 de maio (Dia da Abolição da Escravatura) para 20 de novembro, proposta por jovens negros em 1971, reflete uma crítica à Lei Áurea de 1888, que embora tenha abolido a escravidão, não garantiu direitos ou condições de vida digna para os ex-escravizados.
Resistência negra: muito além da Lei Áurea
Apesar da abolição ser tradicionalmente marcada no ato da promulgação da Lei Área pela princesa Isabel 1888, as raízes da luta pela liberdade são muito mais antigas, plurais e, principalmente, negras. Nos últimos anos, grandes personalidades - como Tereza de Benguela, Luiz Gama e outros - e movimentos de resistência e insurgência, como os Quilombos e as diversas rebeliões de protagonismo negro, ganham destaque pelos seus papéis chave no processo abolicionista.
Essa mudança na forma como a história é contada, é essencial para combater o apagamento da luta de pessoas negras pela própria liberdade e assegurar seu lugar enquanto protagonista na abolição da escravidão brasileira.
Brasil contemporâneo
Dada a implementação da Lei Áurea, nenhuma política complementar foi promulgada visando a integração e inclusão dos sujeitos libertos na sociedade brasileira. 136 anos passados desde a abolição, a população negra ainda enfrenta as consequências desse processo de marginalização. Nesse cenário, estudiosos do tema apontam a presença do racismo estrutural como elemento central para compreender a forma como o racismo atravessa toda nossa sociedade e mantém em vigor as desigualdades.
Nomes contemporâneos
Ainda que a escravidão tenha acabado há cerca de 136 anos, é importante continuar pensando sobre a realidade da população negra do Brasil, isso se faz necessário para que a luta em torno da resistência e da luta do povo preto brasileiro.
Para ajudar, separamos aqui alguns nomes que nos auxiliam no conhecimento sobre questões de raça, confira:
Sueli Carneiro: é uma das maiores filósofas, escritoras e ativistas do movimento antirracista e feministas dos tempos atuais. É fundadora do GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra, uma organização pioneira com enfoque negro e feminista de São Paulo, e através da casa Sueli Carneiro, compartilha seu legado por meio de rodas de conversa, cursos virtuais e presenciais, palestras e atividades variadas.
Lélia Gonzalez: Lélia foi uma importante ativista, antropóloga, filósofa, professora e uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil.
Sua contribuição está para além das questões do seu tempo, e por isso que produção intelectual é tão valiosa. Entre as suas obras mais famosas, destacamos aqui o livro “Por um feminismo Afro-Latino-Americano”.
Itamar Vieira Junior:
é um dos maiores escritores do Brasil atualmente, o autor recebeu o prêmio Jabuti pelo livro Torto arado. Nessa obra, o a narrativa gira em torno de personagens negras, suas dificuldades e suas lutas. Itamar Viera é doutor em estudos étnicos e africanos, é uma referência dentro e fora da academia.
Curadoria do texto por: Pedro, Giulya e Melissa do Grupo de Afinidade Black Synergy da Ipsos.