Índice de Confiança do Consumidor - Janeiro de 2025
O Índice de Confiança do Consumidor no Brasil já começa o ano com uma leve queda de -0,7 ponto, fechando o mês com 51,2 pontos – levemente acima da linha de neutralidade de 50 pontos na escala de 0 a 100. Na comparação com janeiro de 2024, o Brasil tem a terceira maior queda (-5 pontos), atrás apenas de Índia e Bélgica. Esse resultado reflete bem os desafios que a economia brasileira vem enfrentando.
A inflação, que segue acima do teto da meta de 4,50%, com projeções chegando a 5,08% para o ano, continua a pesar no bolso das famílias, reduzindo o poder de compra. Além disso, a alta histórica do dólar no início do mês, impulsionada pelo aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e pelas tensões geopolíticas, encarece produtos importados e pressiona ainda mais os preços aqui no Brasil, complicando o cenário econômico para os consumidores.
Nos Estados Unidos, o ICC registrou uma queda importante de -3,2 pontos no primeiro mês pós eleição de Trump. Esse resultado está ligado tanto ao aumento das taxas de juros, que dificultam o acesso ao crédito e reduzem o consumo, quanto às incertezas políticas trazidas pela eleição do novo presidente – um movimento oposto ao que costumamos ver na pesquisa. Geralmente, a troca de um governo traz novos ares e os índices tendem a melhorar, mesmo que momentaneamente. Mas os posicionamentos polêmicos de Trump, e perspectiva de mudanças nas políticas econômicas e nas relações internacionais gerou um ambiente de apreensão entre os consumidores, que preferem adotar uma postura mais cautelosa diante de tantas dúvidas sobre o futuro.
Já na Argentina, o cenário é diferente: o ICC teve um aumento de +3,7 pontos em janeiro, mostrando que os argentinos estão mais otimistas e pela primeira vez em mais de uma década, ficaram acima da linha da neutralidade (53,1). Esse sentimento pode ser explicado pelas primeiras ações do novo governo, que têm buscado trazer mais estabilidade econômica, especialmente no controle do câmbio, e prometido medidas para reduzir a inflação no médio prazo.
Apesar dos muitos desafios e efeitos negativos nos empregos e nas taxas de pobreza, a sensação de mudança e as expectativas de melhorias têm ajudado a renovar a confiança dos consumidores no país.