Índice de Confiança do Consumidor - Outubro de 2024
Continuando sua alternância entre quedas e leves recuperações, o Índice de Confiança no Brasil segue num momento instável.
Após cair -1,8 pontos em setembro, o indicador voltou a subir em outubro, atingindo 53,4 pontos (+2,1 pontos). Na comparação com 12 meses, o Brasil segue entre as maiores quedas (-5 pontos), atrás apenas de Israel.
A melhora desse mês foi bastante impulsionada pelo subíndice que compõem a confiança do consumidor no que mede sua expectativa quanto à manutenção do emprego – somente este indicador melhorou mais de 5 pontos em relação ao mês anterior. O dado segue bastante em linha com o cenário atual, já que segundo dados do IBGE, o desemprego no país caiu para 6,6% no trimestre, menor taxa da série histórica.
O bolso do consumidor também teve um alívio, já que o IPCA, índice oficial de preços do Brasil, registrou um resultado negativo no último mês, sendo o primeiro mês desde junho de 2023 em que o índice caiu.
Ambos os fatores aparecem como as mais prováveis causas da melhora do indicador de confiança brasileiro neste mês. Lembrando que o fim de ano, com as expectativas de compras tende a trazer resultados mais estáveis/positivos para os próximos meses, já que, como é possível analisar com o histórico da pesquisa, os meses de novembro (por conta da Black Friday) e dezembro (pelas compras de Natal), em geral, são os que mais inspiram a confiança no consumo – salvo exceções de algum advento mais drástico no cenário econômico.
Já quando olhamos a confiança no consumo em outros países, vemos que as quedas mais bruscas do mês foram na Europa – Holanda (-5,3 pontos), Alemanha (-4,6), França (-3,9) e Reino Unido (-3,4). Novamente, os dados se alinham ao cenário atual, já que as bolsas europeias operaram com significativas quedas no último mês, num contexto ainda bastante impactado pela inflação nos grandes mercados da região. Soma-se a isso as previsões nada animadoras do FMI, recém-divulgadas, sobre a estimativa quase nula de crescimento do bloco para o próximo ano.
Olhando agora para as Américas, os Estados Unidos mantem sua sequência de discretas subidas (+0,6 ponto), o que deixa o país num momento estável e com o melhor índice de confiança de todo o continente. Já no cenário Latam, México e Argentina não compartilham o mesmo crescimento do Brasil; ambas as nações tiveram quedas este mês -2,1 e -1,8 pontos respectivamente. Já o Chile, que vinha de meses muito ruins, teve uma melhora este mês de +2,4. No entanto, o país andino permanece, ao lado do Peru, com os dois índices mais baixos da região 43,4 e 40,5 respectivamente. A instabilidade Latam também segue em linha com os macro-indicadores econômicos, já que a expectativa é de que o PIB da região desacelerará a 1,4% em 2024.