Movimentações Significativas no Ranking das Preocupações dos Brasileiros

A edição de maio do Ipsos What Worries the World revela movimentações significativas no ranking das principais preocupações dos brasileiros.

A criminalidade segue liderando a lista, mencionada por 41% dos entrevistados. O número continua elevado e reflete um cenário marcado por episódios recorrentes de violência urbana, como os ataques a comércios no Rio de Janeiro e o aumento de furtos em grandes capitais, que mantêm o tema no centro do debate público.

O destaque do mês, no entanto, é a alta expressiva na preocupação com a corrupção financeira e política, que subiu nove pontos e chegou a 37% — o maior crescimento entre todos os tópicos. Após um longo período em que a preocupação com Corrupção estava razoavelmente estável, a fraude do INSS escancara desvios públicos com grande atenção da mídia e da opinião pública.  

A saúde aparece em terceiro lugar (36%), mantendo-se praticamente estável, mas ainda refletindo as tensões em torno da chegada do inverno e o avanço de doenças respiratórias, que têm sobrecarregado o atendimento em diversas regiões. Já a inflação e a desigualdade social empatam com 33% das menções, ambas registrando leve queda em relação ao mês anterior. Mesmo assim, o custo de vida e a distância entre classes sociais continuam sendo fatores estruturais de preocupação, fazendo que com as cinco principais preocupações dos brasileiros em maio estejam todas muito próximas em seus percentuais de menções. Na comparação com 12 meses atrás, as preocupações que apresentaram maior crescimento foram Corrupção e Inflação.

Fora do Brasil, os dados também evidenciam rupturas importantes. Na Argentina, a preocupação com desigualdade chegou ao maior nível em dez anos (46%), em meio à pressão social diante das medidas de ajuste fiscal. Na França, o temor com criminalidade voltou a crescer (+5 p.p.), impulsionado por episódios de violência urbana. E, nos EUA, preocupações com Impostos (pelas novas tarifas) e com Imigração são as que mais subiram no mês, enquanto Inflação segue como a mais mencionada.

No Brasil, 63% ainda acreditam que o país está no caminho errado, percentual estável em comparação ao mês anterior.
 

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