O Que Preocupa o Mundo - Março 2025

A mais recente edição da pesquisa Ipsos 'What Worries the World' revela uma reconfiguração significativa nas preocupações dos brasileiros.

Pela primeira vez, a inflação aparece no top 3, como a segunda maior inquietação da população, mencionada por 38% dos entrevistados, refletindo o impacto direto do aumento do custo de vida no dia a dia das pessoas. O avanço da inflação no ranking acompanha a elevação dos preços de itens essenciais, como alimentos e energia, além da volatilidade da taxa de juros, que afeta o consumo e o crédito. Esse cenário de instabilidade econômica tem influenciado a percepção dos brasileiros sobre o futuro do país.

A criminalidade segue como a principal preocupação nacional, citada por 43%, evidenciando a contínua sensação de insegurança, especialmente nos grandes centros urbanos. Em terceiro lugar, com 34%, está a pobreza e desigualdade social, um reflexo dos desafios persistentes em relação ao acesso a oportunidades e à disparidade econômica entre diferentes camadas da população.

Além das preocupações econômicas e sociais, o levantamento aponta que 65% dos brasileiros acreditam que o país está no caminho errado, um indicador que tem se mantido elevado nos últimos meses. Esse sentimento reflete tanto a insatisfação com a economia quanto a percepção de que temas como segurança pública e desigualdade social ainda carecem de soluções efetivas.

No cenário global, os Estados Unidos chamam atenção pelo aumento de 4 pontos percentuais na preocupação com a corrupção política, que agora ocupa a segunda posição entre as principais inquietações dos americanos. Esse aumento ocorre em um contexto em que figuras do setor privado e das Big Techs ampliam sua influência nas decisões governamentais, alimentando um debate sobre a relação entre poder econômico e político.

Os resultados da pesquisa reforçam que os desafios econômicos e sociais estão cada vez mais interligados. No Brasil, o avanço da inflação no ranking de preocupações reflete o impacto direto das incertezas econômicas na vida da população. Ao mesmo tempo, a persistência da criminalidade e da desigualdade social demonstra que, além da instabilidade financeira, a busca por segurança e equidade segue sendo uma demanda central para os brasileiros.
 

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