Webinar descodificar o futuro: as tendências que moldam Portugal

O estudo Global Trends, realizado há 10 anos, analisou dados de 50 mercados, cobrindo 74% da população mundial e 90% do PIB global. Em Portugal, cinco tendências assumem um papel particularmente relevante, destacando tensões e dicotomias que moldam a sociedade e desafiam as marcas a encontrar um equilíbrio entre propósito, inovação e autenticidade.

1. Fragilidade da Globalização

Embora a globalização continue a trazer benefícios inegáveis, há um crescimento da valorização das identidades locais. Em Portugal, 63% dos inquiridos acreditam que a globalização é positiva, um valor acima da média europeia (49%). No entanto, o orgulho nacional está abaixo da média europeia (50% vs. 56%). Marcas que equilibrem escala global com enraizamento local terão uma vantagem competitiva significativa.

2. Desafio Climático

A consciência ambiental cresce, mas o comportamento efetivo ainda não acompanha as atitudes pró-ambiente. Se, por um lado, 85% dos portugueses concordam que o planeta caminha para um desastre ambiental sem mudanças urgentes, apenas 58% afirmam estar a fazer tudo o que podem para mitigar esse impacto. A perceção do papel das empresas é também crítica: 77% acreditam que as organizações não dão a devida atenção ao ambiente. Marcas que demonstrem um compromisso genuíno com a sustentabilidade terão maior relevância junto dos consumidores.

3. Fascínio e Receio da Tecnologia

Cada vez mais, a tecnologia está no centro das nossas vidas, mas também levanta preocupações em relação ao modo como afeta a saúde e o trabalho. Em Portugal, 59% temem que o progresso tecnológico esteja a destruir a sociedade, um valor alinhado com a média europeia (58%). Por outro lado, apenas 24% acreditam que a inteligência artificial criará mais empregos do que destruirá. Para as empresas tecnológicas, construir confiança é essencial. Para isso é fundamental demonstrar benefícios tangíveis enquanto se mitigam receios relacionados com privacidade, desinformação e desumanização.

4. Nostalgia como Refúgio

De acordo com o estudo, a nostalgia tem funcionado como um abrigo num mundo incerto. Este anseio por um passado imaginado e idealizado tem motivado um desejo de regresso a estruturas tradicionais e padrões convencionais. No entanto, essa tendência não se manifestou em Portugal: apenas 13% dos inquiridos nacionais acreditam que o papel principal das mulheres na sociedade deve ser o de mães e esposas, um dos valores mais baixos da Europa (média: 29%). Paralelamente, 64% defendem que mais mulheres em cargos de liderança tornariam a sociedade mais eficiente. O desafio para marcas e organizações é equilibrar tradição com uma visão progressista e inclusiva.

5. Novo Niilismo e Individualismo

A incerteza global leva muitas pessoas a focar-se no presente, seja porque o futuro é incerto, seja porque acreditam que se resolverá por si só. Em Portugal, quase 7 em cada 10 portugueses vivem o dia-a-dia sem grande preocupação com o futuro, e cerca de 9 em cada 10 priorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional em detrimento de uma carreira de sucesso. Como podem as marcas construir relações duradouras quando os consumidores estão cada vez mais focados no curto prazo? A chave pode estar em ajudar os consumidores a expressar a sua identidade e encontrar propósito nas suas escolhas.

Oportunidades e Desafios para as Marcas

Segundo os dados do nosso estudo, Portugal está num momento de transição. As marcas que conseguirem interpretar estas tendências e agir com autenticidade e relevância estarão mais bem posicionadas para criar ligações genuínas com os consumidores. O futuro pertence às empresas que souberem inspirar confiança, promover sustentabilidade e equilibrar inovação com tradição.

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Para uma análise mais detalhada ou um workshop de ativação da sua equipa, entre em contacto com Marina Petrucci ([email protected]) ou Paula Mateus ([email protected]).